Os dias vão passando, o tempo voa. Somando compromissos profissionais e pessoais com o espanto matinal das notícias que assisto e vejo, fiquei ausente. Me cobrava diariamente o retorno, mesmo sabendo que não estava em condições ideais para voltar a postar.
Hoje me sinto mais capaz de resumir a indignação que vai tomando conta do meu íntimo, postando fotos e vídeos acumalados durante essa vacância.
Me dou conta que os escândalos no Ministério do Turismo vão aumentando e ficando cada vez absurdos, no mesmo momento em que ocorrências sérias nos afligem, sem terem a menor perspectiva de solução.
Numa visita despretensiosa ao monumento mais importante do nosso país, o Cristo Redentor, encontramos problemas invisíveis aos olhos do turista comum, que fica enebriado com a vista e a paisagem da Cidade Maravilhosa. Em compensação, com um olhar um pouco mais atento, percebemos o quanto é amador o turismo receptivo de nossa cidade.
Ao ultrapassar todas as barreiras nos arredores da Estação do Cosme Velho do Trem do Corcovado, como flanelinhas, ambulantes e taxistas, o turista consegue comprar seu bilhete e embarcar no mais antigo trem turístico do mundo.
O trem parece que também parou no tempo. Apesar de toda a frequência de turistas e visitantes, a manutenção está longe de ser a ideal. Ao sentar ao lado da cabine do motorneiro, a sensação é de que falta algo, falta equipamento, falta investimento. O painel é obsoleto e parece não marcar nada, além dos fios que ligam nada a coisa nenhuma, pendurados ao acaso.
Ao chegar no topo da montanha do Corcovado, depois de 20 minutos de viagem, ao visitar o banheiro mais próximo, o turista resolve que ficar apertado pode ser uma opção mais interessante. Os mictórios masculinos são...
Bem, os mictórios são originais!
Você tem certeza para onde é levada a sua urina. Você sabe que não está sendo jogado in natura em rios ou mar. Fica ali mesmo, no balde. Dá uma olhada no vídeo também.
Ele sobrevive sem fazer xixi e consegue ver a estátua e a vista, considerando que valeu a pena e que deu sorte, já que as escadas rolantes estavam todas funcionando. Mas ao descer e ser encaminhado para a área de embarque da estação do trem, não consegue saber qual será a próxima viagem.
A atendente lhe pede o bilhete, e de forma bem primitiva faz um picote manual. A roleta está...
Bate um medo e uma insegurança, que só aumenta quando nosso turista vai para a área de espera. O chão parece que vai desaparecer a qualquer momento.
A natureza morta é uma obra de arte.
Veja o processo, o movimento.
A conclusão é simples, fingimos receber nossos turistas de forma profissional. Trabalhamos sempre de maneira adaptada, sempre de maneira provisória.
Gostei da metáfora da Telha, e assim me sinto as vezes, caminhando sobre telhas rotas, depende onde piso posso cair, e comigo várias outras telhas, AH! E os turistas que acompanho cairão tb!!! GERARDO
ResponderExcluirFica tranquilo que para a Copa tudo estará pronto. hahahahaha
ResponderExcluirDenuncia sensacional ! nós, moradores do Cosme Velho, estamos na maior luta por causa do caos que a má administração do Corcovado gera aqui no bairro. Incrível é que não é só bagunça, mas pouco investimento em todo o serviço que (não) presta.Abs, marilia
ResponderExcluirPerfeito!!!!!! Esta é a sensação que tenho em todos os lugares que visito no Rio, que é tudo feito nas coxas... Os atendentes, a infra-estrutura é tudo tão precário e a cidade é tão linda... Uma pena!
ResponderExcluirAbraço