PAPA NA LÍNGUA (afiada)

DENTRO DO DETRO

Para que fique compreensível, é importante separar bem atribuições e responsabilidades dos órgãos públicos que regulam e fiscalizam o transporte nas cidades, nas estradas e no país em geral.

Começamos pelas cidades, onde a Secretaria Municipal de Transporte é a autoridade máxima. Ônibus, vans, táxis, barcas, bondes, trens e todo sistema de transporte público é controlado por esta secretaria.

No Rio de Janeiro criou-se uma confusão entre SMTU e SMTR, que ninguém consegue desvendar onde está a diferença ou a similaridade.

Esta secretaria por sua vez, realizou convênio, ou algo que o valha, com o DETRO, que é a instituição estadual responsável por controlar o transporte intermunicipal de passageiros. Sem contar ainda com a existência da ANTT, que em nome do governo federal cuida do transporte interestadual.

Como diz o ditado popular, muito cacique para pouco índio.

Mas no que se refere ao DETRO, algumas confusões andam acontecendo, principalmente relativo ao transporte de turismo.

Para os olhos da burocracia oficial, o transporte alternativo de passageiros dentro dos municípios e entre municípios é tratado da mesma forma que o transporte de turismo. A arrogância e a brutalidade com que transportadoras, locadoras e agências de viagens com frota própria são tratadas, ultrapassam os limites da civilidade e da racionalidade.

Mas o detalhe que mais chama a atenção, relativo a essas atitudes absurdas provocadas pela instituição que tomou para si todas as rédeas do transporte no Estado do Rio de Janeiro, são as multas aplicadas.

Independente do motivo da autuação, hoje a multa aplicada por qualquer agente do DETRO custa R$ 2.138,60. Isso mesmo, dois mil, cento e trinta e oito reais e sessenta centavos.

Além disso, essa multa não é enviada para o proprietário do veículo, ela fica arquivada num baú virtual, só aparecendo quando há necessidade de lieração de um veículo rebocado, de uma transferência de propriedade, etc.

Isso significa que você pode ser surpreendido com multas que foram aplicadas anos atrás, sem que se tenha o conhecimento e a notificação, assim como é feito pelo DETRAN.

Certo ou errado, é assim. É um absurdo, mas é real.

Mas poderíamos pensar que, em função do valor das multas aplicadas, o atendimento é de primeira classe, ou deveria ser.

Pois veja algumas imagens da sala de atendimento ao usuário que paga tais multas, e tire suas próprias conclusões.

Infelizmente não foi possível captar a quantidade de mosquitos transmissores de tão conhecidas doenças, atacando usuários e trabalhadores daquele local.

Mas se as fotos não são suficientes, dois pequenos vídeos tentam aproximar nossa imaginação da realidade.

O circo está montado, o público assiste pasmo e o palhaço somos nós. Sem direito a reclames, mas com uma infinidade de deveres, que se não forem cumpridos...