31 de outubro de 2012

ESTAÇÃO PRIMEIRA
(SEM MAGUEIRA)


Algo em torno de 170 anos atrás, nascia uma árvore...

Levou algum tempo para que ela chegasse a sua fase adulta, produzindo frutos deliciosos e uma sombra enorme.

Construíram coisas a sua volta. Um teleférico, um restaurante, ...

Muitas pessoas, de várias partes desse nosso mundo, passaram a frequentar o seu entorno, sempre admirando seu tamanho e beleza.

Era uma mangueira...

Era...



Ontem ela estava em pedaços...

Pedaços enormes, saudáveis e mortos...
  


Desde que chegou por aquelas bandas um tal ZoZo, de pouco em pouco vinham tentando se livrar dela.

Construíram um telhado de vidro, como se não soubessem do risco que corriam.

Colocaram uma rede para proteger e aparar galhos, folhas e frutos, como se não soubessem que isso não era suficiente.



Ontem o carro de polícia parecia cuidar da segurança daquele funeral...

O movimento conituava o mesmo, mas as pessoas que frequentam o lugar diariamente pareciam incrédulas. Da noite para o dia, literalmente, de forma sorrateira, mataram a mangueira.


Nenhuma explicação, nenhuma justificativa, nenhum aviso, nenhuma autorização...

Disse o guardador de carros que gastaram uma fortuna para matar essa senhora idosa.


Agora resta apenas a lembrança de quem a conheceu.

Agora resta apenas a raiva de quem a admirava.

Agora resta apenas a denúncia!!!

De minha parte, morreu junto com ela o tal Zozo...

Uma comida gostosa, um ambiente agradável, uma decoração criativa, mas tudo isso morreu junto com a mangueira.

Em memória dessa árvore, em nome da consciência e em nome da minha paixão pelo sabor dessa fruta deliciosa, sugiro a turistas, agências, guias, hotéis e todos os ex-futuros clientes desse restaurante assassino, que nunca mais coloquem os pés naquele recinto!!!

Que a morte desse tal Zozo seja lenta, doída e sofrida...

Que a estação primeira, agora sem mangueira, tome conta daquele lugar, dando a todos um pouco mais de conforto na visita a um dos pontos turísticos mais importantes da cidade maravilhosa.



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