O SOBRENATURAL E O ALMEIDA
A coisa está tomando proporções inacreditáveis, mas isso não seria possível se não se tratasse de um dos mais tradicionais clubes de futebol do país.
O Fluminense Football Club, ainda grafado em inglês numa referência a nacionalidade de seus fundadores, assim como tantas outras agremiações, é a própria história do país considerado o principal do esporte bretão.
Na segunda-feira, dia 18 de dezembro de 2013, o tribunal desportivo tem a responsabilidade de julgar um fato que não é inédito, mas que é carregado de leis e folclóres futebolísticos.
Um desses folclóres é o "Sobrenatural de Almeida", personagem criado pelo jornalista, dramaturgo e tricolor Nelson Rodrigues.
O improvável faz parte da história do único tricolor, já que segundo Nelson os outros são times de três cores. O improvável acontece tanto para o bem como para o mal do Tricolor das Laranjeiras, mas é tudo pensado e organizado 40 minutos antes do nada, assim como o Fla x Flu, onde ele travava incríveis embates com Mario Filho.
Mas dessa vez chegamos ao limite da criatividade do Sobrenatural e do próprio Almeida.
Terminou o campeonato de 2013. O campeão do ano anterior, por vários e diversos motivos, acabou no Z4, a tão famigerada zona de rebaixamento à segunda divisão.
Mas eis que surge um promotor e apresenta denúncia contra a Portuguesa e o Flamengo, por terem usados jogadores suspensos na última partida da competição. A punição, segundo a lei que é clara, é a perda de três pontos mais os acumulados naquelas partidas.
Com isso a classificação final fica alterada, fazendo com que a Portuguesa terminasse em 17o, sendo automaticamente rebaixada. O Flamengo terminaria em 16o, à beira do abismo. E o Tricolor escaparia de mais um retrocesso...
Pergunto: se o beneficiado fosse o Criciúma estaríamos debatendo tão intensamente o assunto?
Os hipócritas diriam sim. Mas deixemos a hipocrisia de lado, vamos aos fatos.
O primeiro rebaixamento do Fluminense envergonhou seus milhões de torcedores, mas acabou não sendo levada a cabo por causa de um escândalo de arbitragem.
"O ano de 1996 marca o início de uma era negra para o Fluminense: após uma campanha medíocre no Campeonato Brasileiro, o clube foi rebaixado para a Série B. Mas denúncias de pagamento de propina para árbitros e de manipulação de resultados — envolvendo, entre outros, o então diretor da Comissão de Arbitragem, Ivens Mendes — fizeram o Fluminense permanecer na elite do futebol nacional. O presidente do clube, Álvaro Barcelos, comemorou a virada de mesa abrindo um champanhe nas Laranjeiras.
Leia mais sobre esse assunto em http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/era-negra-do-fluminense-comecou-com-rebaixamento-virada-de-mesa-em-1996-10758555#ixzz2nSDNas2z
© 2013. "
Leia mais sobre esse assunto em http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/era-negra-do-fluminense-comecou-com-rebaixamento-virada-de-mesa-em-1996-10758555#ixzz2nSDNas2z
© 2013. "
O segundo, que não envergonhou menos a galera, aconteceu no ano seguinte, o que retrata a situação interna do clube. Essa foi tão bem respeitada, que acabou levando o Fluminense à terceira divisão.
De lá o tradicional e histórico clube emergiu com a fundamental ajuda do patrocinador e, principalmente, do profissinalismo de um dos maiores profissionais do futebol brasileiro, Carlos Alberto Parreira.
Ao conquistar o título da terceirona, preparando-se para disputar e vencer a segundona, o Fluminense foi CONVIDADO para participar da TAÇA JOÃO HAVELANGE.
"Copa João Havelange foi o apelido dado pelo Clube dos 13 ao Campeonato Brasileiro de Futebol de 2000, em homenagem ao ex-presidente da CBF e da FIFA João Havelange. Impossibilitada pela Justiça de organizar o campeonato, a CBF passou a responsabilidade ao Clube dos 13. Mas, como este não pôde aplicar os critérios de acesso e descenso do ano anterior, acabou gerando o maior Campeonato Brasileiro de todos os tempos, reunindo 116 clubes de três divisões em um único torneio, porém dividido em 4 módulos na sua primeira fase. Porém antes do início do torneio o Clube dos 13 afirmou que não pretendia realizar uma segunda edição no ano seguinte, retomando à CBF o direito de organização."
Agora, e principalmente em função desse histórico, surge uma nova era de puritanos, que nunca cometeram e defenderam atos ilícitos que beneficiassem suas entidades e clubes. Mas quando veem o SOBRENATURAL DE ALMEIDA em ação, não conseguem usar a neutralidade e a imparcialidade para julgar os fatos.
É simples, basta lembrar os argumentos utilizados (e defendidos por muitos) pelos magistrados de nossa Suprema Corte quando julgaram os acusados pelo esquema conhecido como Mensalão. Diziam que o papel deles não era escutar as ruas e a opinião popular, mas que tinham que fazer um julgamento técnico, baseado em leis.
Sendo assim, a próxima segunda-feira será marcante.
O Sobrenatural e o Almeida certamente estarão de plantão, mas como diz um ditado popular, de bunda de neném e cabeça de juiz, nunca se sabe o que pode sair.
De qualquer maneira fica aqui o desabafo de um Jornalista, Carioca, Judeu e, principalmente, TRICOLOR DE CORAÇÃO!!!

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