5 de agosto de 2011

ONDE A CORUJA DORME!
         Tem lugares perto, tem lugares distantes. Tem lugares bonitos e lugares estranhos. Tem lugares frios, até mesmo gélidos. Tem lugares quentes, até mesmo tórridos.
         Mas tem lugares que são quase abstratos, quase invisíveis e que passam despercebidos. São lugares que não sabemos exatamente onde ficam, mas estamos seguros que existem.
         Às vezes nos mandam para lugares agradáveis, às vezes nos mandam para os piores lugares possíveis. Às vezes vamos a lugares intencionalmente, às vezes nos damos conta que já estamos em determinados lugares.
         Mas há lugares que designam situações, climas ou um estado de espírito.
         Num país onde o futebol é muito mais que um esporte, as expressões e termos característicos acabam ditando o nosso dia a dia.
         Zona do agrião, meiuca e intermediária, determinam lugares dentro de campo. Lugares a serem ocupados e conquistados, levando a equipe vencedora ao lugar mais alto do pódio.
         Mas tem um lugar especial no futebol, que resume a finalidade desse esporte bretão. A trave, a baliza. O GOL!!!
         Fazer um gol é um orgasmo esportivo sem igual. Não como, nem em que momento ele acontece, mas o gol enquanto ação é o auge do jogo, é o ápice. Só que o gol também é um lugar. Um lugar ocupado por honras e méritos.
         A bola pode entrar em qualquer lugar do gol, pois o resultado é o mesmo. Um gol bonito não vale mais que um gol contra.
         Mas tem um lugar inusitado, freqüentado por poucos e muito poucas vezes.
         É lá, onde a coruja dorme. É lá que o gol é especial.

         Mas eu posso afirmar que hoje em dia a coruja dorme nos lugares mais improváveis, sem que a maioria dos humanos perceba.
         É no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, onde vamos encontrar o lugar escolhido por um casal de corujas para viver.
Enquanto o macho controla o tráfego aéreo, a fêmea defende a toca.
         É no meio daquele vai e vem, de check ins e check outs, de motores e odores, que o lugar transformou-se em residência oficial. Mais um exemplo de como o Rio de Janeiro não foi e nem é capaz de expulsar a natureza, sendo obrigado a conviver e proteger essa riqueza.


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