6 de outubro de 2018

Doutrina Monroe

DOUTRINA MONROE


Em 1823, o Presidente dos Estados Unidos , James Monroe, em discurso no congresso prega um estreitamento nas relações entre as Américas do Norte e do Sul. Surge a política "América para os americanos", hoje mais atualizada e conhecida como "América first".



Nos anos seguintes, já conhecida como doutrina Monroe, os Estados Unidos olham para a América do Sul, em especial o Brasil, como mais uma fonte de recursos a serem explorados. Recursos humanos e naturais.
Em 1889, com a implantação de uma república ainda sem estabilidade, o Brasil necessita de ajuda. Ajuda essa que com o tempo vira ingerência nos assuntos internos, patrocinada pelo governo norte-americano. 
No final de 1901 Theodore Roosevelt decide por em prática o domínio yankee em todas as Américas, sendo o Brasil o gigante do Sul que cria excelentes oportunidades para fazer fortuna.



The big stick (O grande porrete) está na mira de quem não se posicionar a favor do Tio Sam, quem não o obedecer. As regras estão postas..


.
Começa a neo colonização das Américas, dessa vez com claras ameaças para os que não se alinharem, ameaça de serem banidos das relações pan-americanas. Sanções econômicas, influências políticas e ideológicas, que podem resultar em ações armadas, sejam elas diretas ou não.
É o american way of life!



Para transformar esse estilo de vida como norma, a cultura e as artes passam a ser encarregadas de manipular as massas. Se houver oposição, ela será esmagada.
Na década de 1940, o Brasil é invadido pelo Far West norte-americano, são cowboys e apaches usados como personagens de uma história recheada de mensagens subliminares.
Os pioneiros brancos, donos da verdade e do bem, são transformados em mitos, deuses vivos, em super-homem. Apesar de se promover como a terra da liberdade, da livre iniciativa e do sucesso, índios e descendentes de escravos africanos são sempre apresentados como traidores e covardes, constantemente massacrados pelo exército.





Subsídios governamentais patrocinam essa invasão cultural, que no Rio de Janeiro, capital federal, tem na Cinelândia seu principal foco. São dezenas de cinemas usados para esse fim. Mas ali perto, principalmente na Lapa, a música passa a ser alvo também.



Empresários e seus laranjas passam a comprar rádios e estúdios de gravação, que passam a depender cada vez mais dos dólares norte-americano e que devem promover obrigatoriamente o american way of life.
Começa então a política da boa vizinhança. Mas às vésperas da II Guerra Mundial, o Brasil ainda é o único país latino americano que ainda não segue o grande irmão poderoso, ameaçando se assumir do lado nazi-fascista. Getúlio Vargas é o personagem mór, simpatizando com a política italiana de Mussolini. 




Roosevelt cria o OCIAA (Office of the Coordinator of Inter-American Affairs, sob a liderança de Nelson Rockefeller, que passa a interferir nas produções artísticas dentro e fora dos Estados Unidos. Em Hollywood passa a ser proíbido falar de conflitos raciais e sociais. O Brasil, aquele gigante do sul, passa a ser divulgado como o lugar onde se vive a cantar, dançar, beber, amar e sonhar com grandes riquezas.




Para reforçar essa política, é criado o DIP (Departamento de imprensa e propaganda), na pretensão de harmonizar as relações entre os dois países. 



Walt Disney, Orson Wells, Ginger Rogers e Fred Astaire, só para citar alguns poucos, passam a representar, a cantar e dançar nossos hábitos e ritmos, tendo como auge Bing Crosby cantando Aquarela do Brasil. Diga-se de passagem que essa melodia ainda persiste no imaginário e no sub-consciente do turista norte-americano quando em visita ao Brasil.
Começamos a beber whisky ao invés de cachaça e Coca-Cola no lugar do guaraná.





Desde então muito mais aconteceu, sempre respeitando a ideia original, inclusive com muita influência na política local. Não a toa podemos imaginar algumas explicações para o que acontece hoje em dia, especialmente o que ocorrerá a partir de amanhã. 
Será mesmo que somos tão livres assim? Será mesmo que vivemos numa democracia absoluta? Será mesmo que é fantasioso pensar que alguns personagens, por mais esquisitos que sejam, não tenham nenhum influência aberta ou escamoteada de um imperialismo yankee?



Ainda há muito o que falar, mas vamos ficando por aqui, pelo menos hoje. Amanhã teremos novas informações para alimentar o tema, mas são decisões que não consideram a possibilidade de arrependimento. O depois sempre será mais trágico e confuso, caso nos deixemos levar pelo que não está escrito de forma clara e literal. A mensagem nas entrelinhas são mais importantes do que imaginamos, por isso considere a possibilidade de estar equivocado nas decisões de uma eleição tão importante para o nosso futuro próximo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário